terça-feira, 9 de julho de 2013

Se queremos ficar mais ricos, por que não tomamos o rumo que nos leva à esta direção?


            Aproveitando um pouco os conceitos do ultimo post vamos analisar o porque do Brasil colecionar em sua história econômica décadas perdidas. Se faz parte do objetivo de qualquer Nação se desenvolver, e todos sabemos disso, como puderam haver desvios nesta direção?

            Primeiramente é necessário discorrermos sobre alguma espécie de definição de desenvolvimento. Grosso modo vou separar aqui o desenvolvimento em 3 dimensões básicas: Renda, Riqueza e Fatores Sociológicos. Renda  definida como o “fluxo” (PIB) e Riqueza definida como a acumulação de capital (que a grosso modo determina a capacidade de gerar renda no longo prazo). Como Fatores Sociológicos defino itens que geram bem estar coletivo como preservação dos direitos fundamentais do homem, direito a liberdade, segurança, etc.

            Pois bem, uma vez definido o conceito de desenvolvimento que aqui colocamos, deveríamos supor que a função objetivo de qualquer governo fosse de alguma forma maximizar o desenvolvimento.  Qualquer governo deveria ter por objetivo principal a Maximização do Bem-Estar Social. A pergunta é: Isto ocorre na prática? É realmente a função objetivo dos governos a maximização do Bem-Estar Social?

            A resposta é um sonoro NÃO.  Na estrutura social e política que o Brasil se encontra a função objetivo do governo brasileiro (e aqui coloco de forma generica, pois independe de esfera de governo, partido ou ideologia, situação ou oposição) NÃO é de maximização do Bem-Estar Social. Dois dos itens que definem o desenvolvimento acima só são impactados por políticas econômicas no Longo Prazo: Riqueza e Fatores Sociológicos. Votos são resultados de curto prazo e memória curta.  A função objetivo de qualquer governo brasileiro é a maximização da SENSAÇÃO de Bem-Estar Social de curto prazo.  

            Mas qual a diferença disto? É simples. O Bem-Estar de um índividuo não é o seu Bem-Estar atual, é a soma do seu Bem-Estar até o fim de sua vida “de certa forma” descontado a valor presente. Como uma agregação de índividuos, o Bem-Estar de uma Nação deveria ser mensurado como o Valor Presente do bem estar de gerações e gerações. 

            Pois bem, a SENSAÇÃO de Bem-Estar Social é o Bem-Estar corrente, de curto prazo,  e ele pode perfeitamente ser maximizado em detrimento da maximização do Bem-Estar Geral, ou seja, em detrimento do desenvolvimento de uma nação.  E no fundo, é isso que tem ocorrido com a condução da economia brasileira, década perdida após década perdida.

            A SENSAÇÃO de Bem-Estar Social é dada por: Renda atual (PIB), Riqueza e Fatores Sociologicos. O governo e sua estrutura normalmente são em parte resultantes dos Fatores Sociologicos pre-existentes. A política econômica voltada para maximização da Riqueza (estoque) só tem resultado no Bem-Estar Social a mais longo prazo. Portanto, para maximização da SENSAÇÃO de Bem-Estar Social resta ao governo uma política econômica voltada única e exclusivamente à maximização da Renda atual (PIB).

            As consequências disto são terríveis. Basicamente o que os governos brasileiros fazem ano após ano é o comprometimento da Riqueza da Nação (“estoque”) para inflar ao máximo a renda presente, ou PIB (“fluxo”). A busca desenfreada por maximização da SENSAÇÃO de Bem-Estar de curto prazo gera ações das mais absurdas, que estamos mais do que cansados de observar:

-          Toda sorte de endividamento (publico e privado) para financiar gastos correntes. Em governos anteriores o vetor de endividamento foi basicamente publico e a forma de sentirmos isso permanece até hoje na estrutura de nossa economia. Sempre existiu uma carga tributária elevadíssima e um sistema  tributário extremamente complexo e ineficiente.


-          O governo atual alterou apenas um pouco esta dinâmica, fazendo transparecer que o vetor de endividamento seja mais Privado. Na prática, não o é. Utiliza-se os Bancos Estatais para forçar um aumento de crédito sem precedentes com Caixa e Banco do Brasil despejando crédito em pessoas com duvidosa capacidade de pagamento. E por que não o nosso querido BNDES também emprestando para pessoas com duvidosa capacidade de pagamento, como nosso Warren Buffet tupiniquim Eike Batista.


-          Contabilidade Criativa: Bom, esse é um termo interessante para definir basicamente uma coisa do tipo: como tirar dinheiro da bolsa de sua mulher (população), não deixar ela ver (não publicar a dívida) e mostrar uma situação no azul no fim do mês pra Sogra (Mercado Financeiro e Comunidade Internacional)


-          Se não se pode controlar alguma coisa, mude a coisa… Basicamente é como funciona hoje o nosso regime de Bandas de Inflação. É Simples… você tem a inflação de qualquer brasileiro que varia de 6,5% a algumas centenas de %... e o índice de inflação corrente é sempre definido como o limite inferior desta banda, basta alterar o índice, controlar preços de combustíveis, alterar contratos de concessões de energia… Pouco importa que a minha infação seja de 20%, a sua que está lendo seja de 30%... O que importa é que definamos o IPCA de forma que ele sempre dê o menor índice de inlfação que um brasileiro poderia estar exposto se mudasse seus padrões de consumo. Como o PIB é medido em termos reais, uma inflção de 20% jogaria nosso PIB em termos reais no buraco.

Essa é a nossa política econômica, ela não é a atual, ela se perpetua ao longo de décadas e décadas, apenas com algumas nuances diferentes.  O fato é, essa função objetivo do governo quando maximizada bem, gera bastante voto… Será que um dia vamos conseguir colocar uma função objetiva sueca para o governo tupiniquim maximizar? Ou vamos continuar décadas e mais décadas sacrificando o desenvolvimento da Nação por um Pibinho maroto?

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